Contemplai as catedrais!
As altas e magníficas catedrais,
grandiosas e iluminadas.
Pequenos acessos estreitos culminam na
grande abóbada sagrada.
Soam cantos que te embalam e acariciam
a tua alma.
Cantos sagrados que te possuem.
Subtilmente entrado no transe estático
da simplesmente existência,
desfilas no tapete cinzento e prestas
culto.
Nas galerias do metro, dobramo-nos
perante um deus desconhecido.
Num ritual hipnótico cultivamos uma seita,
a existência cardio-ataque, veloz mas
previsível.
Todos no mesmo caminho dentro de uma
carruagem bem assente nos trilhos de sempre.
No metro nada importa.
Se estiveres atento à saída, obterás a
salvação.
Entretanto veneramos o deus
desconhecido.
Se não venerarmos não interessa, deus
autoritário.
A procissão zombie começa. Espectáculo
único.
Seguir passos de zombie,
Ser zombie também.
Adormecer o leão e repousar a alma num
sono de sonhos doentes.
Subir as escadas e enjaular a fera
gentilmente para que não acorde.
Respirar sem sentir o ar.
Sentir o bater cardíaco do tempo na
viagem mas esquecer que existe vida.
Exclui-te da dança dos apressados e contempla.
vai para casa,
dorme.
Gostava que lessem este poema e, se
estivessem dispostos, fizessem uma pequena crítica.
Luís Campos
Eu gostava que tivesse assinado o poema, parece-me mais honesto em termos de diálogo literário.
ResponderEliminarSente-se uma voz inspirada e nova, a tatear caminho, mas sem maneirismos, próxima de uma fonte. O texto precisa de ser lido e relido e trabalhado para se livrar de palavras a mais e depurar as imagens, diria.
Cuidado com os erros ortográficos: seita escreve-se assim. E queria dizer "estático" ou "extático"? Confirme no http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx
Muito obrigado pela resposta, é importante receber um feedback.
ResponderEliminarQuis dizer estático. Já emendei ceita para seita.
O que é que a professora quis dizer com maneirismos?
Gostaria que mais pessoas criticassem, se não houver problema vou deixar no blog caso alguém o queira fazer.
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=maneirismo
ResponderEliminarRefiro-me ao facto de o seu estilo não ser rebuscado, como sucede com muitas pessoas quando escrevem os primeiros poemas, crendo que na complexidade é que está o ganho...
este poema parece me uma clara critica a uma sociedade cada ver mais centrada num "deus" que é o capitalismo. Sem pensamentos e já sem vontade propria, cada um segue o rumo em direcção a casa ao fim do dia esperando salvação no conforto do bem material, bem que foi comprado por "deus" após a "veneração diária".
ResponderEliminarGostei imenso, de onde veio a inspiração?´
Neuza Machado 44980