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06/10/2016

"Adormecido no Vale"_A. Rimbaud

Outro poema sobre a morte de um soldado, que também foi referido como possível elo intertextual com "Grass", de C. Sandburg.

"Adormecido no Vale"

É um vão de verdura onde um riacho canta
A espalhar pelas ervas farrapos de prata
Como se delirasse, e o sol da montanha
Num espumar de raios seu clarão desata.

Jovem soldado, boca aberta, a testa nua,
Banhando a nuca em frescas águas azuis,
Dorme estendido e ali sobre a relva flutua,
Frágil, no leito verde onde chove luz.

Com os pés entre os lírios, sorri mansamente
Como sorri no sono um menino doente.
Embala-o, natureza, aquece-o, ele tem frio.

E já não sente o odor das flores, o macio
Da relva. Adormecido, a mão sobre o peito,
Tem dois furos vermelhos do lado direito.


Arthur Rimbaud
Tradução do poeta Ferreira Gullar

"O menino de sua mãe"_F. Pessoa

Eis "O menino de sua mãe", poema de Fernando Pessoa sobre a morte de um "soldado desconhecido", na versão clássica de João Villaret.


21/09/2012

Grass_C.Sandburg

"Grass"

Pile the bodies high at Austerlitz and Waterloo.
Shovel them under and let me work--
          I am the grass; I cover all.

And pile them high at Gettysburg
And pile them high at Ypres and Verdun.
Shovel them under and let me work.
Two years, ten years, and the passengers ask the conductor:
          What place is this?
          Where are we now?

          I am the grass.
          Let me work.


Carl Sandburg (1878-1967)